quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Cada um fazendo a sua parte


Temos 26 milhões de veículos circulantes hoje em todo o País. O dado foi levantado por um estudo realizado pelo Sindipeças. Parece muito, não é mesmo? Na verdade, não é tanto assim. Isso significa que temos, em média, 1 automóvel para cada oito habitantes.

 Se comparado aos índices dos Estados Unidos, que têm um carro para cada 1,2 habitante, e da Europa, com 1 para cada 1,5 habitante, em média, com certeza a indústria automobilística ainda tem muito espaço para crescer por aqui.

E é exatamente o que estamos vendo. Desde 2003, as vendas no mercado interno só aumentaram, até chegarem à marca de 2.462.728 veículos novos licenciados em 2007, uma alta de 27% em relação ao recorde histórico de vendas da indústria automobilística brasileira, em 1997. Para este ano, a expectativa é de que as vendas ultrapassem 3 milhões de unidades.

Mas por que esse mercado cresceu, e continua crescendo tanto?
Segundo executivos de montadoras e consultores especializados no setor automobilístico, os principais fatores são a estabilidade econômica - que garantiu a redução da inflação e das taxas de juros, o menor índice de desemprego e o aumento da renda dos trabalhadores - e uma expansão de crédito nunca vista na história.

Executivos das montadoras instaladas no País falam que a meta é chegarmos a 2012 vendendo 5 milhões de unidades anuais para o mercado interno, o que é muito salutar para a economia.

No entanto, precisamos nos preparar... O poder público precisa garantir a infra-estrutura necessária para que os felizes novos proprietários de um carro zero-quilômetro trafeguem com segurança e conforto. É necessário construir vias de ligação rápidas, oferecer transporte coletivo eficiente para quem pretende deixar o carro durante a semana e desfrutar dele apenas nos momentos de lazer, melhorar as condições de pavimentação das ruas e estradas... Há muito que fazer e isso tudo pode e deve ser planejado.

Nós, cidadãos, que somos motoristas e pedestres, também temos de fazer a nossa parte. Tudo bem que o trânsito das metrópoles é estressante, que é imensamente irritante ficar horas parado nas marginais, mas, vamos combinar: o que tem de motorista enfurecido, mal-educado e fazendo barbeiragens por aí é assustador!

Então, vamos também nos esforçar para cumprirmos o nosso papel: respeitar as leis de trânsito, programar nossas idas e vindas a passeio em horários que não sejam os de pico, não estacionar em fila dupla, fazer a correta manutenção do veículo para evitar panes no meio do trânsito, e, acima de tudo, dirigir com segurança.

É comum vermos aqueles motoristas que parecem querer competir com quem está no carro ao lado. Para quê? Simplesmente para ver quem chega primeiro no próximo farol vermelho? E pais que levam os filhos pequenos soltos no banco de trás, correndo o risco de se machucarem gravemente em caso de acidente ou até mesmo em uma freada brusca? Que conduta irresponsável....

Se cada um de nós fizer o trabalho de formiguinha e tentar tornar o caos lá fora menos assustador, isso começará a mudar. Basta criar novos hábitos. Podemos e devemos cobrar das autoridades nossos direitos de cidadãos. Mas também precisamos cumprir os nossos deveres. Então, vamos nos conscientizar!

* Sueli Osório é editora do caderno Automóveis, veiculado todas as quartas-feiras no Diário do Grande ABC.

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