quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Férias: cuidado com as crianças

Já estamos em época de férias, do merecido descanso dos trabalhadores e também das crianças, que sempre esperam ansiosamente por esse período para aproveitar as viagens em família.

Antes de pegar a estrada, no entanto, é preciso ficar atento às condições do veículo e verificar componentes como freios, faróis, lanternas, pneus, rodas, suspensão, correia dentada, sistema de arrefecimento do motor - composto pelo radiador, mangueiras, válvulas e reservatórios de água -, palhetas dos limpadores de pára-brisa, entre outros itens. Certifique-se de que tudo está funcionando bem antes de colocar sua família no carro para partir a caminho da diversão.

Mas os cuidados não param por aí: preste muita atenção à maneira certa de transportar crianças, o que na verdade deve ocorrer não só nas viagens, mas no seu dia-a-dia. Os pequenos de até um ano de idade ou 9 kg devem ser levados no carro em cadeirinhas apropriadas, instaladas de costas para o movimento (para evitar o efeito causado na cabeça pelo impacto frontal). Crianças de 9 kg a 18 kg devem ser transportadas na cadeirinha, instalada de frente para o movimento.

Quando atingirem o peso de 18 kg a 36 kg, devem ir sentadas sobre um suporte de elevação, uma espécie de banquinho, para que o cinto de segurança passe nos lugares corretos do corpo (no centro do ombro e não no pescoço, nos quadris e não no estômago). Elas só devem ser transportadas sem o uso de um assento especial quando tiverem altura suficiente para utilizarem o cinto de segurança do carro da maneira correta. As travas das portas devem estar ativadas, para que as crianças não consigam abri-las, e as janelas devem ficar quase totalmente fechadas.

Também é bom pensar na alimentação. Para garantir que comam de forma saudável ao longo da viagem, leve frutas, água, suco e barras de cereal, principalmente se você não conhecer bem a estrada e não souber que tipo de restaurantes ou lanchonetes vai encontrar no caminho.

Viagens longas causam desconforto, tédio e desgaste nas crianças. Portanto, lembre-se de fazer paradas a cada duas ou três horas. Se possível, leve jogos ou faça brincadeiras para distrai-las durante o trajeto.

Faça da sua viagem com a família um momento muito agradável. Aproveite cada instante. E boas férias!!!!!

Conceitos com jeitinho brasileiro

A 25ª edição do Salão Internacional do Automóvel de São Paulo, que fica aberta ao público até o próximo dia 9, tem este ano uma responsabilidade a mais. Afinal, a partir de agora, a mostra passa a integrar o respeitável calendário de eventos da Oica, (Organização Internacional de Fabricantes de Veículos Automotores). Com isso, terá o mesmo destaque dos maiores salões mundiais do setor, como os da Alemanha, França, Estados Unidos, Japão e Suíça.

Entre os inúmeros lançamentos, carros dos sonhos e show cars, merecem ser vistos e prestigiados os carros-conceito desenvolvidos aqui por profissionais brasileiros.

A função desses protótipos, além de chamar a atenção para os estandes das montadoras, é apontar tendências, demonstrar novas tecnologias e medir a reação do público para saber se modelos como esses seriam bem recebidos pelos consumidores.

Entre eles está o GPiX, que foi totalmente desenvolvido pelo Centro de Design da General Motors em São Caetano. Ele representa a visão da marca para um segmento do qual ainda não participa: o de crossovers. Crossovers são veículos que possuem características de modelos de dois ou mais segmentos. No caso do GpiX, ele mistura elementos de um cupê com um utilitário esportivo.

Chevrolet GPiX
Seu nome é uma combinação de letras que demonstra o significado do modelo: "G" é de global, e "Pix", a abreviatura de "Picture", que em inglês quer dizer "imagem" - seria algo como a imagem global de um crossover médio criado para a marca Chevrolet.

Na verdade, para a Chevrolet o GPiX demonstra uma nova arquitetura-conceito, desenvolvida 100% pela engenharia brasileira e que poderá servir de base para futuros modelos compactos. Ele tem carroceria de duas portas e suspensão alta, o que facilita trafegar por ruas e estradas precárias.

Internamente, tem capacidade para até quatro passageiros e todos os assentos são escamoteáveis. O assoalho é plano, o que aumenta o espaço para as pernas dos ocupantes que vão atrás.

BUGSTER
A montadora de origem italiana também desenvolveu em terras brasileiras o Busgter, carrinho simpático com linhas inspiradas em um buggy. O design é interessante, simples e fluido. Sua cor verde chama bastante a atenção. Segundo a marca, a cor foi escolhida para reforçar seu vínculo com a natureza.

SAND'UP
A Renault também convocou sua equipe de design a produzir um modelo conceitual em solo brasileiro. O protótipo é um 2+2 equipado com um teto rígido e é bem versátil, podendo se transformar em conversível ou picape.


Esta é a primeira vez que o estande da Renault do Brasil apresenta no Salão de São Paulo um carro-conceito totalmente desenvolvido aqui. Com isso, a marca reforça a sua meta de desenvolver produtos cada vez mais adequados ao perfil e necessidades dos consumidores latino-americanos.

Baseado no Sandero Stepway, o Sand'up Concept pretende aliar o prazer de um conversível com as funcionalidades de uma picape. Na parte frontal, conta com um desenho parecido com o do Sandero Stepway. Na traseira, o destaque fica para a dupla saída esportiva de escapamento, no formato trapezoidal.
Curiosamente, para fazer com que a caçamba do Sand'up tivesse a flexibilidade necessária para o transporte dos mais variados objetos, a equipe do "Renault Design América Latina" criou um mecanismo que alonga o assoalho do veículo. Graças ao sistema corrediço, o carro fica até 40 centímetros mais longo. Nesta configuração, a caçamba passa a contar com 1,7 metro de comprimento, espaço suficiente para transportar, por exemplo, motocicletas, jet skis, bicicletas e pranchas de surfe. A capacidade de carga é de 500 quilos.

Se você pretende visitar o Salão, vale a pena conferir a criatividade dos profissionais brasileiros!

Cada um fazendo a sua parte


Temos 26 milhões de veículos circulantes hoje em todo o País. O dado foi levantado por um estudo realizado pelo Sindipeças. Parece muito, não é mesmo? Na verdade, não é tanto assim. Isso significa que temos, em média, 1 automóvel para cada oito habitantes.

 Se comparado aos índices dos Estados Unidos, que têm um carro para cada 1,2 habitante, e da Europa, com 1 para cada 1,5 habitante, em média, com certeza a indústria automobilística ainda tem muito espaço para crescer por aqui.

E é exatamente o que estamos vendo. Desde 2003, as vendas no mercado interno só aumentaram, até chegarem à marca de 2.462.728 veículos novos licenciados em 2007, uma alta de 27% em relação ao recorde histórico de vendas da indústria automobilística brasileira, em 1997. Para este ano, a expectativa é de que as vendas ultrapassem 3 milhões de unidades.

Mas por que esse mercado cresceu, e continua crescendo tanto?
Segundo executivos de montadoras e consultores especializados no setor automobilístico, os principais fatores são a estabilidade econômica - que garantiu a redução da inflação e das taxas de juros, o menor índice de desemprego e o aumento da renda dos trabalhadores - e uma expansão de crédito nunca vista na história.

Executivos das montadoras instaladas no País falam que a meta é chegarmos a 2012 vendendo 5 milhões de unidades anuais para o mercado interno, o que é muito salutar para a economia.

No entanto, precisamos nos preparar... O poder público precisa garantir a infra-estrutura necessária para que os felizes novos proprietários de um carro zero-quilômetro trafeguem com segurança e conforto. É necessário construir vias de ligação rápidas, oferecer transporte coletivo eficiente para quem pretende deixar o carro durante a semana e desfrutar dele apenas nos momentos de lazer, melhorar as condições de pavimentação das ruas e estradas... Há muito que fazer e isso tudo pode e deve ser planejado.

Nós, cidadãos, que somos motoristas e pedestres, também temos de fazer a nossa parte. Tudo bem que o trânsito das metrópoles é estressante, que é imensamente irritante ficar horas parado nas marginais, mas, vamos combinar: o que tem de motorista enfurecido, mal-educado e fazendo barbeiragens por aí é assustador!

Então, vamos também nos esforçar para cumprirmos o nosso papel: respeitar as leis de trânsito, programar nossas idas e vindas a passeio em horários que não sejam os de pico, não estacionar em fila dupla, fazer a correta manutenção do veículo para evitar panes no meio do trânsito, e, acima de tudo, dirigir com segurança.

É comum vermos aqueles motoristas que parecem querer competir com quem está no carro ao lado. Para quê? Simplesmente para ver quem chega primeiro no próximo farol vermelho? E pais que levam os filhos pequenos soltos no banco de trás, correndo o risco de se machucarem gravemente em caso de acidente ou até mesmo em uma freada brusca? Que conduta irresponsável....

Se cada um de nós fizer o trabalho de formiguinha e tentar tornar o caos lá fora menos assustador, isso começará a mudar. Basta criar novos hábitos. Podemos e devemos cobrar das autoridades nossos direitos de cidadãos. Mas também precisamos cumprir os nossos deveres. Então, vamos nos conscientizar!

* Sueli Osório é editora do caderno Automóveis, veiculado todas as quartas-feiras no Diário do Grande ABC.