Tecnologia será o destaque dos carros dos universitários que participarão da 16ª edição da Competição Baja SAE BRASIL-PETROBRAS, de 25 a 28 de fevereiro, no Esporte
Clube Piracicabano de Automobilismo. Para se ter uma ideia, os dois veículos da Poli, representada pelas equipes Poli Titan, campeã em Piracicaba no ano passado, e EcoPoli possuem módulo de transmissão de dados via sinal de celular e câmera embarcada para captação de imagens. O carro da equipe Poli Titan conta, ainda, com sistema de identificação de usuários baseado na tecnologia RFID (identificação por rádio frequência). Apenas pessoas habilitadas conseguem ligar o veículo. O sistema também permite a criação de diferentes perfis de usuários.
"Buscamos as preferências do mercado consumidor", diz Lawrence Tack Wen Yan, capitão da equipe, que utiliza na carenagem do veículo material de garrafas PET. O carro carrega a bateria da luz de freio e do painel a partir de um sistema por painel solar fotovoltaico, que capta energia solar. Há ainda outras inovações, como controle elétrico para acionar o afogador do motor, amortecedores que permitem a regulagem de amortecimento na compressão e extensão, sistema de freios com regulagem de distribuição de pressão e pedais também reguláveis. "O foco foi concretizar um bom projeto e adicionar conhecimento e experiência para a nossa formação", resume Yan.
FEI
Os carros das equipes FEI Baja 1 e FEI Baja 2, do Centro Universitário da FEI, tricampeão mundial em 2008 e penta nacional em 2009, ganharam neste ano novo modelo de transmissão de dados sem fio. A tecnologia wireless modernizou o design do veículo, pois vem com um display para o piloto acompanhar em tempo real as informações de período do motor ligado, além do cronômetro.
O conceito ecológico continua forte entre as equipes da FEI, que utilizaram fibras de curauá, planta da Amazônia, na carenagem do veículo. Foram mantidas as placas de energia solar de carregamento das baterias para economizar a energia do motor, usadas pela primeira vez no ano passado. Os dois Baja SAE possuem faróis de lâmpadas LED, alimentados por energia solar, além de pintura com tinta à base de água que não agride a natureza. "A nossa regra é inovar para aprender mais e conquistar novos títulos", diz Cássio de Assis, capitão da equipe FEI Baja 1.
São Paulo conta com 19 equipes, oito delas da Grande SP, que representam o Centro Universitário da FEI (Fundação Educacional Inaciana), Faculdade de Tecnologia de São Paulo (Fatec SP), Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP), Instituto Mauá de Tecnologia e a Universidade Presbiteriana Mackenzie.
Para disputar a competição, realizada pela SAE BRASIL, as 66 equipes foram desafiadas a projetar, buscar patrocínios e construir carros off-road, denominados Baja SAE, para serem testados por especialistas da indústria da mobilidade. Além da avaliação de projeto, por meio de relatórios e apresentação, em Piracicaba, os Baja SAE serão submetidos a testes de tração, aceleração, manobrabilidade, velocidade máxima e um enduro com quatro horas de duração, em pista de terra cheia de obstáculos, na qual os carros são desafiados no aspecto resistência.
Ao final da competição, no domingo, as três instituições que alcançarem as melhores pontuações, na soma geral das provas, ganham o direito de representar o Brasil na Baja SAE Carolina, que será realizada pela SAE International, de 8 a 11 de abril, na Carolina do Sul (Estados Unidos). A competição internacional reúne mais de 90 equipes de diferentes países. Em 2008, o Brasil se sagrou tetracampeão na competição, que foi realizada no Canadá.
Os Baja SAE são protótipos de estrutura tubular de aço, monopostos, para uso fora de estrada, com quatro ou mais rodas e devem ser capazes de transportar pessoas com até 1,90 m de altura, pesando até 113,4 kg e motor padrão de 10 HP. Os sistemas de suspensão, transmissão, freios e o próprio chassi são desenvolvidos pelas equipes.